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A Imperial Stout, também conhecida como Russian Imperial Stout (a famosa RIS), principalmente nos últimos anos, é um estilo de longa data e história. Tradicionalmente um estilo inglês, mas que, cada vez mais tem se popularizado mundo afora. Na verdade, atualmente, é muito mais comum encontrarmos Imperial Stout nos EUA do que no Reino Unido. E, claro, seguindo a escola americana, com adição pesada de lúpulos e, muitas vezes, com envelhecimento em barricas e adição de diversos adjuntos. Uma curiosidade: hoje em dia é um dos estilos preferidos no EUA, atrás, claro das IPAs e variações.

É um estilo que, aparentemente, existe desde os primeiros anos da era industrial, sendo uma variação para exportação das Porters tradicionais, consumida em grande maioria pela classe trabalhadora. Para aguentar a viagem em navios a vapor, principalmente para regiões mais frias do Norte, surgiu a Imperial Stout: uma Porter com mais corpo e graduação alcoólica, por assim dizer. Tornou-se popular na corte imperial russa, daí a popularização do nome Russian Imperial Stout. Conta-se, inclusive que Catariana a Grande ordenou que o estilo fosse produzido pelas cervejarias de São Petesburgo.

Cabe dizer que a Porter simples e Stout (e variações) são também estilos que, muitas vezes, se confundem, tendo uma história muito próxima. Não apenas Stouts mais potentes eram exportadas mas também Porters mais potentes: a alta graduação alcoólica e refermentação na garrafa faziam essas cervejas aguentarem a viajem e chegarem ainda com qualidade nas terras do norte. Não é fácil, muitas vezes, diferenciar uma Imperial Stout de uma Imperial Porter. Mas pouco a pouco o nome Porter foi abandonado e as cervejas mais fortes começaram a ser designadas por Stouts e Double Stouts.

Segundo Michael Jackson em seu guia das cervejas, “gradualmente, essas portes mais fortes assumiram nomes próprios: stout double e stout para exportação, p. ex. – embora alguns historiadores considerem que o surgimento da stout como um estilo distinto refletiu uma mudança de tecnologia. As porters eram feitas com maltes marrons altamente torrados, que conferiam um sabor por vezes descrito como “turfoso”. O temo stout parece ter se tornado muito mais comum depois da introdução de uma técnica de torrefação que empregava um tambor rotativo similar ao usado para torrar café”.

Trata-se de um estilo que admite uma grande variação de características. Obviamente o malte torrado e sabores de chocolate e café são características obrigatórias, assim como o alto teor alcoólico, geralmente entre 8 e 12%, mas esses maltes, aqui, devem estar combinados com sabores de frutas escuras e secas (ameixas, uva passa). O amargor pode ser de baixo a bastante agressivo também e as versões envelhecidas trazerem ainda uma característica vínica (mas não ácida) e, obviamente, notas amadeiradas. E, diferentemente de uma Dry Stout, deve ter um corpo elevado e aveludado. São cervejas, em geral, bastante complexas e uma das preferidas para envelhecimento em madeira devido as características que casam muito bem com o estilo.

Por fim, como muitos, é um estilo que praticamente desapareceu com o crescimento industrial e com a massificação e homogenização da bebida. Nos últimos anos, principalmente a partir da “Revolucação Cervejeira” nos EUA, o estilo tem sofrido um grande renascimento. Praticamente toda cervejaria artesanal hoje em dia tem uma Imperial Stout em seu portfólio.