03 de Dezembro de 2018
Bodebrown – Perigosa avaliada em 12 de Outubro de 2013, por Rodrigo Caravita
330 ml
nº
32
Primeira Imperial IPA registrada e produzida no Brasil, em 2010. Cerveja extremamente potente e amarga, com seus 9,2% ABV.
Talvez uma das primeiras cervejas que eu avaliei, logo quando comecei a me interessar por esta “brincadeira”. Na época, em 2013, se tratava da primeira Imperial IPA produzida no Brasil. Depois vieram outras, em especial a Vixnu e a Double IPA da Way – cervejas que estão por aqui avaliadas também. Na época, registrei a experiência assim:
Queria há muito tempo experimentar esta cerveja, a primeira Imperial IPA do Brasil, que está trazendo muito da influência dos EUA ao estilo. Esta cerveja tem algo de mítico pra mim, e a Bodebrown é uma cervejaria que tem feito progressos imensos.
Obviamente, de 2013 para 2018, ano em que visito este relato e coloco a avaliação no site, muita coisa mudou. A Bodebrown se consolidou como uma das melhores cervejarias brasileiras na minha opinião e a Perigosa como uma das melhores Imperial IPA no mercado – porém, ganhou concorrentes de respeito: Dogma Rizoma, Seasons Vaca das Galáxias, Invicta 1000 IBU etc. Lembro, no bar, da discussão: qual é melhor, a Vixnu ou a Perigosa? Na minha opinião, a Perigosa ganha. Mas, vamos a avaliação.
A aparência é de um avermelhado/âmbar médio, com um creme espesso e duradouro. O aroma, é possível senti-lo de longe tão logo a garrafa seja aberta: maravilhoso. Notas de lúpulos cítricos, com muito maracujá, casca de laranja, algo de toffee e um pouco de fruta vermelha que não consegui especificar (goiaba, diz a descrição da cerveja). Chutei, na época, que levava uma boa dose de Cascade, lúpulo bastante comum no mercado brasileiro em 2013 e nas IPAs de influência estadounidense que estavam sendo fabricadas no Brasil – a oferta de lúpulos no mercado brasileiro tem se intensificado bastante desde então, a Vaca das Galáxias utiliza, por exemplo, lúpulo Galaxy, a Green Cow IPA (uma outra IPA da Seasons) utiliza Centennial, e várias outras cervejarias utilizam uma combinação de, às vezes, 10 variedades de lúpulo distintas.
Voltando a cerveja, no sabor o equilíbrio é surpreendente para tanto amargor. O toffee equilibra muito bem a porrada lupulada, e a cerveja deixa um leve retrogosto de biscoito no final, que vem junto com o amargor. As frutas vermelhas do aroma aparecem com mais intensidade também, e aqui pude sentir algo de cerejas, amoras, framboesas. Senti também um leve amanteigado, que neste tipo de cerveja pode ser considerado um defeito – mas era bem baixo e não chegou a incomodar.
A cerveja possui corpo médio, uma boa bebabilidade (drinkability) para o estilo e carbonatação média. Tomei ouvindo um bom blues e comendo castanha de caju e um quiche de alho poró – embora recomende queijos um pouco mais fortes e gordurosos para harmonizar e ajudar a limpar o paladar.