As cervejarias ciganas seguem um formato de produção sem sede própria, ou seja, elas não possuem uma fábrica e então alugam o espaço e equipamentos de outras que disponibilizam esse serviço. Assim, as ciganas produzem suas cervejas com qualidade e dentro dos critérios regulamentadores do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Essas cervejarias são chamadas de ciganas como uma associação ao estilo de vida cigano, povos sem moradia fixa e que estão sempre peregrinando por diversos territórios. O termo “cigano” – para esse modelo de negócio – foi criado por Mikkel Borg, fundador da cervejaria Mikkeller, uma das mais famosas cervejarias ciganas do mundo, com suas receitas produzida em diversos países.
As cervejarias ciganas são muito importantes para a comunidade cervejeira. Devido ao custo ser mais baixo do que quando se abre uma fábrica própria, geralmente, é a porta de entrada para a comercialização de homebrewers. “O custo de produção é mais elevado para uma cervejaria cigana.
No entanto, os investimentos para se montar uma planta industrial são ainda mais altos. Outro ponto é poder testar o mercado com volumes menores e evoluir a cervejaria, mantendo um nível de investimento mais acessível”, afirma Ruy Marcelo Saldanha, sócio proprietário da cervejaria cigana Ciclone.
Uma outra vantagem das cervejarias ciganas é a liberdade de testar várias receitas e estilos e colocá-las no mercado. Novidades essas que chegam no copo do consumidor e ajudam a evoluir a cultura cervejeira do país. “Não ter uma planta industrial nos permite experimentar mais esse mercado”, complementa Paulo Cesar Peixoto Sobrinho, também sócio proprietário da cervejaria cigana Ciclone.
A possibilidade de produzir suas cervejas em qualquer lugar do mundo, em parceria com diversas cervejarias, é algo que também atrai o cervejeiro para o modelo cigano. Segundo Erik Ieger Dobrychtop, sócio proprietário da cervejaria Lobos, ser um cigano permite ao cervejeiro produzir onde, o que e quando ele quiser, sem estar atrelado a nada. “Fizemos diversas cervejas colaborativas e em menos de um ano de cervejaria já havíamos feito dois lançamentos na Noruega, um na Bélgica e em diversas fábricas no Brasil. E assim, a cada lugar que passamos, conseguimos um pouco mais de conhecimento e experiências muito valiosas”, afirma Dobrychtop.
Fonte: Clube do Malte