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29 de Janeiro de 2021  –  atualizado em 05 de Fevereiro de 2021

 – por Rafael

Sagrado Lúpulo Apresenta: Hump Beer

Está no ar o “Sagrado Lúpulo Apresenta”. A ideia é trazer uma série de materiais sobre cervejarias do Brasil, em geral não muito conhecidas no mainstream. As matérias foram elaboradas a partir de conversas e questionários respondidos pelas próprias cervejarias e, claro, a partir do nosso conhecimento e experiência pessoal. Hoje falaremos de uma cervejaria do Paraná, que nasceu como marca após uma competição de plano de negócio, mas antes disso, já dava seus primeiros passos nas brassagens caseiras feitas nas panelas dos sócios.

Em meio a correria da Pós Graduação na Universidade Positivo, dois colegas da turma de Gestão e Tecnologia Cervejeira se juntaram para estudar e fazer cervejas, juntos viram uma oportunidade de lançar um produto comercial e aproveitaram a primeira competição de plano de negócio cervejeiro, dentro do South Beer Cup em 2016 para fazer isso. Foi nesse momento que a Hump Beer surgiu, com a ajuda do designer Murilo Costa, que desenvolveu a marca, eles conquistaram o segundo lugar na competição com o projeto da Hump Beer no modelo de Cervejaria Cigana, assim a Hump começou a existir na ideia, no coração e no papel.

Como podem notar o Camelo é o principal destaque na identidade visual da cervejaria, a ideia de usar o animal na identidade visual veio de um dos sócios da Hump que conhecia um criador de camelos. Pensaram em usar o nome CAMEL para cervejaria, mas já existe uma marca com esse nome. Então escolheram o nome HUMP que significa corcovas. Uma pesquisa apresentada pelo Murilo, um dos sócios, trouxe que a hashtag #humpday é famosa nos EUA e significa quarta-feira pois é o meio da semana, talvez fazendo aquela metáfora de ter uma semana de “camelo” e a quarta-feira estar entre as duas corcovas , além de algumas outras conotações interessantes que podem ser usadas.

Hoje um dos grandes orgulhos da cervejaria é a forma com que estão construindo e evoluindo a marca, os produtos colocados no mercado, a interação, os feedbacks e o engajamento dos clientes com a marca e as cervejas que produzem.

Já tive a oportunidade de experimentar alguns dos rótulos deles, e acho bem legal a proposta deles de serem cervejas que agradam tanto quem esta iniciando no universo de cervejas especiais quanto para aqueles que já estão a um tempo nesse universo.

Atualmente a Hump é uma cervejaria cigana e além dos seis sócios, conta com três funcionários responsáveis pela parte comercial e financeira da cervejaria. Grande parte dos serviços que eles precisam são terceirizados.

Um momento importante na história da cervejaria aconteceu em 2017, onde em parceria com o Clube do Malte e a Gauden Beer, fizeram sua primeira produção industrial, produziram uma american lager e a american pale ale que fizeram parte do beer pack do clube do malte de abril daquele ano.

De 2017 para cá produziram diversos rótulos e receitas, o último lançamento foi a M-Sour, uma colab com a cervejaria cathedral, eleita pela 3 vez como a melhor do Brasil, uma cerveja refrescante e complexa, com melão, morango e manjericão.

Hoje um dos sócios, o Henrique Cruz (Giraia), é responsável pelas receitas e processo de produção das cervejas. As ideias e inspirações para as receitas vem da sua vivência no mundo cervejeiro, das viagens e dos estudos. Ele comentou que sempre esta anotando e experimentando várias coisas, e com isso fica mais fácil de chegar no equilíbrio que ele espera para a receita que esta criando. O nome das cervejas e as artes dos rótulo são feitas por uma agência parceira da cervejaria, mas é claro, que todo o briefing e conceito que será trabalhado na criação vem de ideias e pedido do Henrique.

Hoje eles utilizam processos comuns na produção das cervejas, mas sempre testam novas técnicas que aparecem no mercado para entenderem se agregam algo na qualidade das cervejas. Recentemente, utilizaram uma técnica de dry hop dinâmico com bomba, mas hoje já não utilizam mais pois o resultado não estava 100% dentro do que esperavam. O Giraia nos contou que um dos processos diferenciados que testaram e usam até hoje, é na receita da Weiss, para a produção dela eles utilizam um processo de deccocção.

Falando de futuro, o ano de 2020 foi um ano complicado para a Hump devido a COVID, mas no ano de 2019 que foi um ano que de fato eles conseguiram uma recorrência de produção e venda, tiveram uma média de produção de 3.500 litros por mês.

Para esse ano já estão com várias novas receitas programas, claro que os planos dependem de como vamos evoluir em relação ao COVID, mas um dos lançamentos que já esta bem próximo de acontecer é de uma imperial sour com 14% abv, programada para o primeiro semestre e terão outros lançamentos, que serão uma doppelbock e uma eisbock já programadas para alguma hora neste ano se tudo caminhar como esperado.

Hoje a Hump atua com foco no Paraná principalmente por questões de logística, mas estão abrindo novos mercados com os growlers e latas e foi através das latas que conheci a cervejaria. Ganhei as latas da IPA e APA do meu amigo secreto no fim do ano, em um grupo de amantes de cerveja que participo e gostei demais das cervejas. Como comentei anteriormente, são cervejas que agradam tanto uma pessoa que esta começando com as cervejas especiais quanto para quem já esta nesse universo a mais tempo.

Um dos grandes sonhos deles é de produzir seus rótulos em outros estados como ciganos, aumentar a visibilidade da marca, ter produtos diferenciados, realizar as colab internacionais, produzir fora do Brasil e também exportar cerveja para outros países. Pelo que conheci da cervejaria, estão no caminho para realizar todos esse objetivos.

Acompanhem os últimos lançamentos, novidades e mais informações da Hump no site deles e também no Instagram .