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14 de Agosto de 2020  –  atualizado em 17 de Agosto de 2020

 – por Rafael

Sagrado Lúpulo Apresenta: Jeffrey Special Brand

Esta no ar a quarta matéria da série “Sagrado Lúpulo Apresenta”. A ideia é trazer uma série de materiais sobre cervejarias do Brasil, em geral não muito conhecidas no mainstream. As matérias foram elaboradas a partir de conversas e questionários respondidos pelas próprias cervejarias e, claro, a partir do nosso conhecimento e experiência pessoal. Hoje falaremos de uma cervejaria do Rio de Janeiro, que consegue unir cerveja, gastronomia e muita cultura!

A história da Jeffrey inicia em meados de 2012. Mas o amor dos sócios – Rafael Bloise, Eduardo Brand, Gilson Val e Renato Monteiro – por cerveja, cultura e gastronomia começou muito antes disso. Os quatro amigos costumavam ter o hábito de viajarem juntos e nas viagens sempre buscavam experiências diferentes que envolvessem cultura, gastronomia, bebidas, charutos e outras experiências das mais diversas.

Em uma viagem a Bélgica, [ainda conhecerei esse paraíso cervejeiro], experimentaram todo tipo de cerveja, se aprofundaram na história de muitas delas e principalmente sobre o que elas representam para o país/região onde eram produzidas e também a experiência que proporcionavam para quem estava por ali de passagem. De volta ao Brasil e ainda com essa ideia na cabeça, durante uma “reunião” regada a cervejas (entre elas muitas que trouxeram da Bélgica na mala) começaram a conversar e pensar: deveríamos ter algo assim no Brasil, qual cerveja que temos aqui que traria essa experiência para um Belga? Que quando ele voltasse ao seu país, levando uma cerveja, o ato de bebê-la transportasse ele de volta pra cá?

Todos ficaram em silencio, e foi assim que nasceu a Jeffrey, do sonho de criar uma cerveja que proporcionasse isso!

O que sempre despertou minha curiosidade ao beber as cervejas da Jeffrey foi o porquê de um pato de terno como símbolo da cervejaria e quando o Edu me contou a história do porquê, eu achei sensacional!

Não sei se você, leitor, tem a mesma curiosidade minha, que adora ver canais na TV que falam de animais, seus costumes, modo de alimentação, ou até se você já viu um dos episódios do Pica-Pau onde ele viajava junto com alguns patos. Se você se lembra desse episódio, certamente vai visualizar na sua mente essa cena!

O Pato é uma ave viajante, que em seu processo migratório viaja sempre com seus amigos naquela formação em V (lembrou do episódio do Pica-Pau?) e sempre revezam quando um se cansa. Agora tudo faz sentido não é mesmo? O pato representa aquele viajante curioso que esta sempre com seus amigos. Mas e o porquê do terno?

O terno torna esse pato mais elegante e o transforma em um cidadão do mundo, e o nome Jeffrey vem muito disso. É um nome que os sócios notaram em suas viagens, que era bem comum em diversos países, algo bem parecido com um João ou José (ou Enzo kkk) que temos aqui no Brasil. Nascia assim o Pato cosmopolita.

Como podem ver até aqui, a Jeffrey é uma cervejaria que tem em seus valores a inovação, a cultura e principalmente o cuidado em trazer uma experiência única para os seus consumidores. Falando nisso, a primeira cerveja deles que eu tomei leva jiló em sua receita. Isso mostra como para eles é apaixonante as possibilidades que a cerveja trás, de combinações de aromas, sabores, onde cada combinação cria algo novo e a cerveja permite tudo. Eles são como maestros com suas orquestras procurando sempre as combinações perfeitas. E são apaixonados pelo que fazem.

Por falar nas cervejas deles, a primeira que lançaram foi a a Jeffrey Niña , que foi premiada no Mondial de la Bière por três anos consecutivos — uma Witbier no estilo (belga, de trigo) muito saborosa, refrescante e fácil de beber. Apresenta cor amarelo claro, ligeiramente turva, e uma bela espuma cremosa. Ao nariz, traz um aroma cítrico marcante, combinado com especiarias e um leve toque picante. Na boca, é cítrica e condimentada na medida certa. Sua receita leva semente de coentro (como manda o figurino) e raspas de limão siciliano. O segundo rótulo foi lançado no Mondial de la Bière 2015, trata-se de uma Red Pilsen, com 5% de teor alcoólico, malte alemão, fermento checo, é o primeiro fruto do Laboratório Criativo da cervejaria.

Por falar no Laboratório, o Jeffrey Lab é um ambiente dentro da loja conceito da cervejaria no Leblon onde eles produzem os seus experimentos que antes de irem para produção, passam por um processo de BeerStorming, isto é, um processo onde eles testam diversas combinações de frutas, legumes, especiarias em uma cerveja base e quando ela fica interessante levam de fato para a produção.

Normalmente eles trazem convidados para participar desse processo criativo, algumas personalidades que já passaram por lá foram: Carlos Vergara (Artista Plástico), Chef Roberta Sudbrack, Maestro Isaac Karabtchevsky, Chef Jimmy Ogro, Chef Thomás Troisgros, Chef Pedro Artagão, Chef Claude Troisgros, Chef Paulo Yoller e Chef Checho Gonzales .

O laboratório é aberto para visitação, onde você pode tomar uma cerveja totalmente nova e limitada direto do tanque, caso tenha alguma ali fermentando ou maturando. Além do laboratório, toda a loja conceito foi construída pensando em uma experiência única para quem frequenta. Conta com um ambiente totalmente decorado e com pinturas feitas por 8 artistas plásticos. É possível ver também um painel nos prédios a frente com o mesmo layout do ambiente da loja. Outra curiosidade bem bacana são as apresentações que costumam acontecer por lá, desde apresentações musicais até de arte, esses eventos reúnem muita gente.

É claro que a produção da cervejaria não está restrita aos 1.000 litros do Jeffrey Lab. Hoje eles contam com produção em duas fábricas, uma no Rio de Janeiro e outra no Espírito Santo que tem uma capacidade de produção de até 1 milhão de litros de cerveja por mês!

Voltando no tema eventos, a cervejaria promove todos os anos a sua festa de aniversário em frente a sua loja conceito. É um evento cultural que reúne milhares de pessoas e já teve a presença de diversos artistas, entre eles: Maestro Isaac Karabtchevsky, Elza Soares, Pitty, Leo Jaime, Maria Gadú, Ana Cañas, entre outros.

Tanto o Jeffrey Lab quanto os eventos promovidos pela Cervejaria reforçam o posicionamento da marca de ter uma ligação muito forte com a gastronomia e com a cultura. É visível o quanto isso esta no DNA da Jeffrey e isso a torna única em proporcionar uma experiencia diferenciada ao seu público.

Não poderia encerrar a matéria sem falar sobre o bar da Jeffrey, o Jeffrey Tap em Ipanema. O bar já tem 3 anos de existência e conta com 8 torneiras exclusivas com as opções das cervejas de linha da cervejaria. E sempre pinta por lá também alguma novidade que foi feita no Lab.

Outra coisa bem bacana é que além de ir no bar, descendo um lance de escadas, você pode degustar um maravilhoso lanche do TT Burger que fica no andar de baixo. Sim é isso mesmo que você ouviu, bar da Jeffrey no 2º andar e a TT Burger do Chef Thomás Troisgros no térreo. Harmonização perfeita não é mesmo?

Atualmente a cervejaria possui uma forte atuação no Rio de Janeiro, porém distribuem suas cervejas para todo o Brasil através da parceria que possuem com o Pão de Açúcar. Estão nos planos da cervejaria, é claro, consolidar seus produtos, criar novas cervejas, aumentar as vendas e distribuição. Em 2020 o grande alvo da Jeffrey é aumentar sua presença em São Paulo, tanto na capital quanto no interior. Em conversa com o Eduardo eles nos adiantou que há diversos planos para São Paulo e algumas parcerias já bem adiantadas, porém o cenário de pandemia acabou atrapalhando um pouco os planos.

Na época que fui ao Rio de Janeiro ainda não tinha entrado nesse universo cervejeiro e por isso não conhecia a Jeffrey, mas na minha próxima ida ao RJ com certeza visitarei o Lab e o Jeffrey Tap, serão paradas obrigatórias na minha viagem.

Vida longa a Jeffrey, saúde!